De Nova Viçosa, Franz Krajcberg é condecorado em Paris e lembra Niemeyer
Nem a chuva fina nem o frio impediram que um dos salões do Hôtel de Ville, a prefeitura de Paris, ficasse lotado de jornalistas e amigos do mais brasileiro dos poloneses, o célébre artista plástico Frans Krajcberg. Aos 91 anos, de aparência frágil mas postura ereta e digna, Krajcberg não escondeu a emoção de receber a bela medalha das mãos de Delanoë.
Em seu breve discurso de agradecimento, lido sem óculos em um papel impresso em letras garrafais, Krajcberg lembrou sua relação íntima com Paris, relação que o levou a doar 25 obras à cidade em 2001, entre esculturas, quadros e fotografias. "Esta medalha para mim é tão importante quanto aquela que recebi das mãos de Stalin depois da liberação de Varsóvia", afirmou Krajcberg, sob o olhar surpreso do prefeito e dos presentes.
Bertrand Delanoë, que chegou acompanhado por Marta Suplicy, lembrou a trajetória do artista, elogiando seu combate em defesa da Floresta Amazônica. O homem, o criador, o militante, todas as faces de Krajcberg foram enaltecidas pelo prefeito que, mais uma vez, lembrou a sua imensa admiração pelo Brasil, país com o qual tem desenvolvido cooperações em diversas áreas.
Niemeyer
Oscar Niemeyer também foi lembrado por Delanoë e Krajcberg que, emocionados, falaram de suas experiências de convívio com o inesquecível arquiteto, que morreu no dia 5 de dezembro. (Materia originalmente escrita por Leticia Constant no site RFI)